Para os beatlemaníacos por aí!

28 de julho de 2011

Sei que tem gente por aí que diz que Beatles não é rock e blá blá blá...
Mas para mim, eles foram os percussores do fanatismo do Rock N Roll. Além de ter letras fantásticas, e ser a banda mais famosa do mundo!
Beatles faz parte da minha história, minha vó era daquelas garotas que choravam pelo Paul, John, Ringo e George, passou isso pra minha mãe, e hoje admiro os rapazes de Liverpool. E acreditem se quiser, minha vó ainda tem vinis lacrados dos Beatles.
Deixando minha vida de lado, venho dar um aviso, se não gosta de Beatles, nem prossiga lendo o post, pois hoje esse post é dedicado aos beatlemaniacos de plantão.
Nas minhas andanças por essa internet, me deparei com várias animações, de todos os estilos e jeitos sobre os cinco rapazes de Liverpool e resolvi mostrar algumas para vocês!
Então, let´s go!

1- The Beatles : Rock Band Animated Trailer
Esse é o meu preferido! Mostra toda a tragetória da banda, além de ter uma edição linda!



2- The Beatles - Come Together






3 -"Blackbird" (The Beatles) Animation for the "Ticket to Ride Musical"  


Tribute/Theater show




4-The Beatles Animation



5-The Beatles: Rock Band Commercial Spot

Álbuns que mudaram o Rock: The dark side of the moon

23 de julho de 2011


E aí galera,como vão?!
Aproveitando as férias, e a criatividade fluindo, resolvi começar um novo quadro no blog.
E, é, ele vai ser chamar: Álbuns que mudaram o Rock. O título é auto-explicativo, nesse quadro vou contar para vocês alguns fatos e a história de álbuns que mudaram a história do rock e influenciaram artistas e pessoas no mundo inteiro.
Vou começar por um álbum que é muito especial pra mim, que é o The dark side of the moon, do Pink Floyd.
A alguns anos atras, ganhei de presente uma cópia em vinil do meu namorado, e tenho de admitir, de todos meus cds e lps, esse álbum é o que eu mais tenho ciúmes.

Aqui algumas fotinhas do meu vinil
Adicionar legenda





Se você é fã de Rock, e realmente gosta de Pink Floyd, você vai ler esse texto até o fim. E se você nunca ouviu falar de The dark side of the moon, tá aí um grande motivo para ler isso e sair correndo atrás desse álbum!
The Dark Side of the Moon foi lançado em 1973. Ele é um álbum conceitual, isso quer dizer que  todas as músicas contribuem para o mesmo efeito final ou para uma história única (colinha do wikipédia). O album fala sobre as pressões da vida, como tempo, dinheiro, guerra, loucura e morte.
É considerado por muitos críticos e fãs dos Pink Floyd como sendo a obra prima da banda, ultrapassando mesmo The Wall. O álbum foi um marco do rock progressivo com músicas que eram bem aceitas pelas rádios comerciais para execução, tais como "Money", "Time", e "Us and them". O álbum é uma ponte entre o blues rock clássico e a nova (na época) música eletrônica. No entanto são os tons mais suaves e as nuances líricas e musicais que fazem com que este álbum seja uma obra à parte.


The Dark Side of the Moon é o terceiro álbum mais vendido de todos os tempos no mundo inteiro. Atingiu o primeiro lugar no Billboard 200 e também no Billboard Pop Catalog Chart, tendo o híbrido SACD editado em 2003 atingido o mesmo feito. Ele também está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame, em segundo lugar, perdendo apenas para Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, e na frente de Thriller,   do finado Michael Jackson e IV, do Led Zeppelin.
Estima-se que 1 em cada 14 pessoas com menos de 50 anos, nos EUA tenha uma cópia deste álbum. 
Um feito pra colocar inveja em muito artista por aí.




A história por trás do álbum
O álbum contém alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes à época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de múltiplos relógios a tocar ao mesmo tempo (na música Time).
Durante as gravações a banda desenvolveu novos efeitos tais como gravações em duas pistas das vozes e guitarras (permitindo a David Gilmour harmonizar consigo próprio impecavelmente), vozes dobradas e efeitos inéditos para aquela época, como ecos e separação dos sons entre os canais. Até hoje, Dark Side of the Moon é uma referência para os audiófilos que o usam para testar a fidelidade dos equipamentos de áudio.
Outra característica do álbum são os trechos de diálogos entre as faixas. O Pink Floyd entrevistou várias pessoas, perguntando-lhes coisas relacionadas com os temas centrais do álbum, como a violência e a morte.
 A frase no fim do álbum "there is no dark side of the moon really… matter of fact it is all dark" (Não há o lado escuro da lua realmente ... Na verdade é tudo escuro) é do porteiro do estúdio Abbey Road, o irlandês Jerry Driscoll. Paul McCartney foi também entrevistado mas as suas respostas foram consideradas demasiadamente cautelosas para serem incluídas.
Dark Side of the Moon é o álbum que ficou por mais tempo na Billboard 200, tendo permanecido 741 semanas consecutivas e mais de 1000 semanas no total. pouco mais de 14 anos. O álbum chegou a Nº 1 nos EUA, Bélgica e França, até em 2002, 30 anos após o seu lançamento, foram vendidas nos EUA mais de 400.000 cópias.


Um fato muito interessante...
The Dark side of the moon, possui um fato mais que interessante, ele possui uma relação com o filme O mágico de OZ, lançado em 1939. Quando o álbum é tocado simultaneamente com o filme ocorrem algumas correspondências entre o filme e o álbum.Alguns momentos que indicam isso são:

  • Quando Dorothy está na fazenda e ela olha para o alto, no audio surge barulho de avião.
  • O som da caixa registradora no princípio de “Money” (dinheiro) aparece exatamente quando Dorothy pisa pela primeira vez a estrada dos tijolos amarelos; que é também o momento em que o filme passa de preto e branco para cores. Outra referência é a aparição da fada dourada;
  • No momento em que a bruxa do Oeste aparece, é tocada a palavra "black" (preto);
  • A cena em que Dorothy encontra o espantalho (personagem que alegava não ter cérebro) é acompanhada pela música "Brain Damage" (dano cerebral), e quando a letra da música começa a tocar: "the lunatic is in my head…" (o lunático está na minha cabeça), o espantalho inicia a dançar freneticamente como um lunático;
  • O bater de coração no fim do álbum ocorre quando Dorothy tenta ouvir o coração do homem de lata;
  • No momento em que a bruxa do oeste lança uma bola de fogo contra Dorothy e seus companheiros, a música grita "run!" (corra);
  • No momento que Dorothy encontra Oz, entra a música "Us and Them", soando Us como Oz bem quando aparece a 1a imagem de Oz;
  • Várias frases das letras contidas nas músicas coincidem com os mesmos atos sendo executados pelos atores no mesmo momento;
  • A duração da maioria das músicas coincide precisamente com a duração das cenas no filme


A banda insiste que isso são puras coincidências. Quando este fato começou a vir a público em 1997, despoletou um enorme interesse neste fenómeno. Uma pequena comunidade espalhou-se à volta de vários 'sites' para explorar melhor esta ideia. Quer as correspondências sejam verdadeiras ou imaginadas, alguns fãs do álbum gostam de ver "Dark side of the rainbow", como é chamada muitas vezes esta combinação. A sincronização é conseguida fazendo pausa (de preferência a versão em CD) mesmo no principio e parando a pausa quando o leão da MGM ruge pela terceira vez.
Os membros dos Pink Floyd desmentem qualquer relação entre o álbum e o filme num MTV especial sobre o grupo em 2002. Eles afirmam que não poderia esta relação ser planeada por não poderem reproduzir o filme no estúdio, visto na altura não existirem ainda os videogravadores.

É isso aí galera, espero que tenham gostado, que vem muito mais por aí!

Podcast União Rock

22 de julho de 2011
Galera, venho em primeira mão contar uma novidade para vocês!
O Rock Ladies agora terá um podcast!
Para quem não sabe podcast é o nome dado ao arquivo de áudio digital, geralmente em formato MP3, ou outros formatos. Resumindo, é como um programa de rádio, mas é gravado e disponível para downloads e etc.
Bom, o podcast resultou da união dos blogs: Rock-Ladies, Definity Rock e Comissão do Rock!
Confiram aí em baixo um pouquinho do que vem por ai!


Túnel do Rock - Curitiba

Os Curitibanos já devem conhecer, mas essa é uma boa dica para os visitantes desavisados: O Túnel do Rock. Camisetas, tênis, coturnos, suspensórios, toucas, braceletes, jaquetas, cintas, relógios, miniaturas... Um infinidade de artigos de rock. Além de um atendimento incrível (todo mundo super simpático e fã). 
Antes que eu me esqueça, também tem camisetas com temas de filmes, como Clube da Luta (comprei uma dessa *-*), Madrugada dos Mortos e Laranja Mecânica. 
Para garotas menos agressivas e mais cuti cuti, também tem vários pingentes, brincos, anéis, luvas, etc. com desenhos fofos, como esse suspensório de cerejas.






Endereço:

Avenida Marechal Floriano Peixoto, 34Centro, Curitiba / PR

Horário de atendimento:

De segunda a sexta, da 9h às 19h. Sábado, das 9h às 17h.

Telefones:

(41) 3322-9502

7 Ages Of Rock

21 de julho de 2011


Passando os canais na TV, tentando encontrar algo divertido pra assistir, encontra a TV Cultura. Daí pensa: que baboseira - e passa para o canal do boi. Bom, agora pense duas vezes antes de passar direto sem assistir.


A TV Cultura apresentou uma série criada pela BBC  sobre as várias vertentes desse tal de Rock and Roll, a origem de símbolos (sabia que as roupas de couro vieram de uma loja de artigos eróticos?) e de comportamentos (entenda por que Ozzy é do jeito que é). Foram 14 episódios de 30 minutos, onde roqueiros e fãs dão seus depoimentos e retraçam essa trajetória louca e barulhenta. 

O primeiro deles aborda o comportamento transgressivo do estilo, quando bandas como Rolling Stones e The Who levaram para o palco atitude, sex appeal e muito suor.
Depois vêm, na ordem dos episódios, o art rock de David Bowie e Pink Floyd, o punk rock dos Sex Pistols e Ramones, o heavy metal de Judas Priest e Iron Maiden, o rock de arena do Queen, U2 e Kiss, o rock alternativo americano dos Pixies, Pearl Jam e Sonic Youth e, por fim, o indie britânico do Arctic Monkeys e Kaiser Chiefs.


Felizmente, nós, rock ladies, teremos acesso ao acervo de vídeos sobre Heavy Metal. Se você não gosta de Heavy Metal, vai aprender a gostar depois de assistir isso, garota. Black Sabath, Judas Priest, Iron Maiden, Metallica, Deep Purple.

















Infelizmente, só consegui os episódios do Heavy Metal dublados. Se você encara um espanhol ou mesmo inglês, boa sorte, tem muito mais no youtube. :)

Bruce Dickinson e Aleister Crowley

17 de julho de 2011
Nas minhas andanças por essa internet me deparei com essa matéria que achei muito interessante, e resolvi postar aqui no blog! 
Todos sabem que o mago inglês Aleister Crowley (1875-1947) tem influenciado o mundo do rock (e as artes em geral). E todos sabem também que o cantor inglês Bruce Dickinson é um cara multitalentoso e uma das personalidades mais inteligentes do heavy metal. Mas é possível que nem todos saibam que Bruce Dickinson sempre teve um grande interesse por história da magia, ocultismo e… Aleister Crowley!
E, ao contrário do que a maioria pensa, Crowley não era satanista, mas sim um filósofo e ocultista praticante assíduo envolvido em diversos ramos da magia (magick) e da filosofia oculta, desde a bruxaria europeia e o paganismo até a cabala, alquimia, magia sexual, hinduísmo, budismo, etc. Contudo, Crowley ficou muito conhecido e mal-afamado devido ao seu comportamento “inadequado” e “chocante” para a época (a Era Vitoriana) e às difamações de fundamentalistas religiosos; nos dias de hoje provavelmente ele não chamaria tanta atenção…
Por outro lado, nos dias de hoje, certamente que Bruce Dickinson chama muita atenção devido ao seu trabalho artístico e suas outras habilidades, interesses e inteligência. Como músico e letrista, o trabalho de Bruce é repleto de referências ao mago inglês e a diversas áreas da filosofia oculta, desde as letras de sua carreira solo e do Iron Maiden até o seu filme Chemical Wedding (2008).
Do álbum solo de Bruce Dickinson Accident of Birth, a música Man of Sorrows fala do próprio Crowley quando menino, profetizando o seu futuro quando iria então estabelecer a vinda de um Novo Mundo, de uma Nova Era. Em Man of Sorrows, podemos encontrar também a frase “do what thou wilt”, que significa “faze o que tu queres”, uma referência mais direta e explícita a Crowley e à sua Lei de Thelema. Entretanto, tal lema thelêmico tem uma origem anterior a Crowley, remontando à obraGargântua e Pantagruel, do escritor francês François Rabelais (1494-1553), na qual uma abadia fictícia chamada Abadia de Thelema apresenta esse lema como uma de suas “leis”. Esse famoso lema posteriormente também foi adotado por um dos clubes ingleses pseudo-satanistas do século XVIII chamados de Hellfire Club (“Clube do Fogo do Inferno”), no qual se reuniam os aristocratas para praticar orgias, bebedeiras, comilanças, jogatinas e discutir arte e literatura. Porém, na filosofia de Crowley, e de acordo com a letra de Man of Sorrows, “faze o que tu queres” se refere à Vontade do Eu Superior de cada indivíduo e não a meros desejos descontrolados. Esse Eu (ou a Individualidade, o Logos individual, o SAG, o Daimon socrático, etc.), de acordo com a letra da música, supostamente sofre por estar preso em um corpo carnal e por não se fazer conhecido pelo indivíduo que também sofre perdido, desorientado na vida, sem conhecer a Si mesmo e seu verdadeiro destino.
The Chemical Wedding, seguinte álbum de Bruce, é em parte baseado na obra literária e artística do poeta inglês William Blake (1757- 1827), que por sua vez também influenciou a filosofia de Crowley a ponto deste acreditar ser uma reencarnação daquele. Contudo, o título do álbum se refere à outra obra, um manifesto rosacruz intitulado The Chemical Wedding of Christian Rosenkreutz (“O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz”) publicado em 1616 e que narra o casamento alquímico de um rei e uma rainha. Esse “casamento” é basicamente uma alegoria para a união sexual do masculino com o feminino (Sol e Lua; Fogo e Água; Espada e Cálice) por meio da magia sexual devidamente ritualizada a fim de expandir a consciência, assim como a união das duas partes da alma (psique) conhecidas na psicologia junguiana como animus (masculino) e anima (feminino); a magia sexual era uma prática central na filosofia thelêmica de Aleister Crowley.
Na letra de The Chemical Wedding encontramos no refrão:
We lay in the same grave/ Our chemical wedding day
(Nós nos deitamos no mesmo túmulo/Nosso dia do casamento alquímico”).
O túmulo é uma representação para o caldeirão na alquimia, no qual a matéria-prima densa é putrefata, desintegrada, ou seja, transformada, para em seguida dar surgimento a algo novo; ou seja, o casamento do homem e da mulher (os alquimistas) que “morrem” no êxtase alquímico-sexual para dar surgimento a uma nova consciência, expandida, cheia de alegria e livre no infinito.
The Tower, também do álbum The Chemical Wedding, é uma das letras do álbum mais ricas em referências alquímico-sexuais e relativamente crowleyanas. Sendo assim, vamos analisar alguns pontos. A música fala especialmente sobre as imagens alquímicas do tarô e do zodíaco (ambos de suma importância no sistema de Crowley). O próprio título da música se refere a uma das cartas mais “sinistras” do tarô: A Torre, que é referida no Livro da Lei (Liber AL), de Crowley. Na letra da música os versos “There are twelve commandments/ There are twelve divisions” (“Há doze mandamentos/ Há doze divisões”) aludem aos doze signos astrológicos dispostos divididos em casas de 30º no cinturão (imaginário) do zodíaco com seus “mandamentos”. A frase “The pilgrim is searching for blood” (“O peregrino está à procura de sangue”) diz que o alquimista buscador, em sua senda solitária está buscando sua iluminação; o sangue é uma referência à fase “vermelha” da alquimia chamada rubedo. Nessa última fase alquímica a Pedra Filosofal é “encontrada” e o alquimista (ou qualquer iniciado) se torna um sábio “imortal” autoconsciente, realizando sua própria Vontade livre, uma referência direta à Lei de Thelema e que está presente no seguinte verso da letra: “To look for his own free Will” (“Buscar por sua própria Vontade livre”).
E no refrão temos os versos:
Lovers in the tower/ The moon and sun divided/ the hanged man smiles/ Let the fool decide/the priestess kneels/ the magician laughs
(“Amantes na Torre/ A Lua e o Sol divididos/ o Enforcado sorri/ Deixe o Louco decidir/ a Sacerdotisa se ajoelha/ o Mago dá risada”),
nos quais podemos encontrar referências diretas a várias cartas do tarô: The Lovers (Os Amantes), The Tower (A Torre), The Moon (A Lua), The Sun (O Sol), The Hanged Man (O Enforcado), The Fool (O Louco), The Priestess (A Sacerdotisa) e The Magician (O Mago). Para não nos alongarmos demais na letra de The Tower, podemos dizer que ela contém alguns segredos alquímico-ritualísticos de magia sexual.
Há outras músicas interessantes em The Chemical Wedding, incluindo aquelas inspiradas diretamente por William Blake: Book of ThelGates of Urizen e Jerusalem. Do álbum Tyranny of Souls, podemos destacar alguns versos. O título da músicaNavigate the Seas of the Sun significa a libertação de restrições e a expansão da consciência, já que o Sol é um símbolo da cabeça humana, da inteligência e da consciência. Nessa letra, encontramos “Our children will GO on and on to navigate the seas of the sun” (“Nossas crianças continuarão a navegar os mares do sol”), que na filosofia thelêmica diz respeito ao arcano d’O Sol no qual duas crianças gêmeas, inocentes e livres “navegam” os raios solares, representando a humanidade em mais uma fase evolutiva, com seus aspectos masculinos e femininos assimilados e harmonizados pelo Eu. Na música-título A Tyranny of Souls, encontramos os versos
Who rips the child out from the womb?/ Who raise the dagger, who plays the tune?/At the crack of doom on judgment day
(Quem arranca a criança do útero?/ Quem ergue a adaga, quem toca a música?/ À beira da condenação no dia do julgamento”).
É uma descrição do Aeon (Era, Idade, Tempo) de Crowley, retratado no arcano O Aeon (no tarô comum é conhecido como O Julgamento). Esse Aeon é marcado pela destruição do velho Aeon de Osíris e pelo nascimento do novo Aeon de Hórus. A criança arrancada do útero, conforme a letra da música, é Hórus, filho de Osíris e Ísis; a adaga erguida significa a morte do Aeon passado, o Aeon de Osíris ou Era de Peixes, considerado tirano, repressor, restritivo e opressor; a música referida nos versos é tocada por meio de uma trombeta tradicionalmente por um ser angélico que anuncia a Nova Era, o Novo Aeon, com o julgamento e condenação do velho. Mas no Novo Aeon, Hórus mantém silêncio para representar a “perfeição” do Novo Tempo. Com relação ao Iron Maiden, Bruce Dickinson tem colaborado razoavelmente nos processos de composição. Do álbum Piece of Mind, a letra de Revelations apresenta alguns “mistérios”. O verso “Just a babe in a Black abyss” (“Apenas um bebê em um abismo negro”) é um referência ao conceito crowleyano de “bebê do abismo”, um termo para designar aquele que mergulha e atravessa o Vazio. Trata-se de um abismo metafísico e psíquico entre o universo real e o universo ilusório, entre a “insana” dimensão do espírito e a igualmente insana (e aparentemente segura) dimensão da matéria; o magista ou iniciado que fracassa em cruzar o Abismo (e em assimilar o conhecimento nele contido) geralmente enlouquece. O verso
No reason for a place like this
(“Nenhuma razão para um lugar como este”)
mostra que, uma vez no Abismo, a razão humana como se conhece é completamente abolida.
Do álbum Powerslave a música-título fala sobre um faraó, tido como um deus, que não quer morrer, mas continuar governando no mundo material. Na filosofia thelêmica de Crowley, Osíris representa a Era decadente que insiste em continuar, mas que deve ser destruída para dar lugar ao Aeon de Hórus (filho de Osíris). Por outro lado, o faraó é uma representação de todo mago que fracassa em cruzar o Abismo, tornando-se assim um “escravo do poder da morte” (como diz a letra), psicoespiritualmente. Isso pode ser visto especialmente nos versos
Into the abyss I’ll fall – the eye of Horus/ Into the eyes of the night – watching me go
(“no abismo eu cairei – o olho de Hórus/ Nos olhos da noite – olhando-me ir”).
E no verso
Shell of a man god preserved
(“A casca de um homem-deus preservado”)
o faraó/deus/magoestá morto fisicamente, com seu cadáver mumificado ou não, ao mesmo tempo em que ele se torna um ser vazio e insano, sem conexão com o seu Eu, ou seja, uma “casca” no mundo qliphótico (do hebraico “qlipha”, que significa “casca”, “concha”) cujos portais estão no próprio Abismo, segundo outro verso: “But open the gates of my hell” (“Mas abra os portais de meu inferno”).
Moonchild, do álbum Seventh Son of a Seventh Son, é uma referência direta a uma das obras de Crowley de mesmo nome. A letra da música fala sobre a união de dois magistas (homem e mulher) e o nascimento de um ser supra-humano (entendido também como uma supraconsciência). Na letra, o homem é representado por Lúcifer, o Portador da Luz, o não-nascido, e a mulher é a Prostituta Escarlate, Babalon (nome derivado de Babylon), como aparece nos versos “The fallen angel watching you/ Babylon, the Scarlet whore” (“O anjo caído observando você/ Babilônia, a prostituta escarlate”).
Os nomes Babalon e Mulher Escarlate, apesar de derivados da Bíblia, são próprios do sistema mágico thelêmico de Crowley e equivalentes à deusa Lilith (mesopotâmica), Hécate (grega), Kali (hindu), entre outras, representando ainda os aspectos femininos da Natureza e a Grande Mãe do universo, livre dos dogmáticos conceitos morais sobre bem e mal. O álbum Seventh Son of a Seventh Son é todo “profético”, com colaborações de outros membros da banda em torno de temas como magia, alquimia, ocultismo, bem e mal, etc.
Por fim, vamos falar sobre alguns trechos do último álbum do Iron Maiden, The Final Frontier, que novamente traz alguns temas sobre alquimia, magia crowleyana e expansão da consciência. Na música Starblind, podemos ler o verso “Let the elders to their parley meant to satisfy our lust” (“deixar os anciãos às suas barganhas significa satisfazer nosso desejo”). Lust é o título de uma das cartas do tarô de Crowley, que se refere, entre outras coisas, a tudo o que é dos sentidos e que provoca êxtase, pois, nas palavras de Crowley, “não tema que deus algum lhe negue isso.” Os anciãos representam a religião dogmática e repressora do Aeon passado, que oferecem “liberdades de carcereiros” e que “parlamentam” aquilo que lhes traz vantagens ilícitas.
Enquanto eles falam e negociam e ficam no passado, os desejos (lust) do novo Aeon, ou seja, a Vontade livre e o desejo pela vida são satisfeitos naqueles que se libertaram do dogmatismo e que estão sem “o dispositivo cruel da religião”, conforme o verso “Religion’s cruel device is gone”. A frase “You are free to choose a life to live” (“Você é livre para escolher uma vida para viver”) é outra referência à Lei de Thelema, ao cumprimento da Vontade. Ainda do álbum The Final Frontier, a letra da música The Alchemist pode parecer óbvia, mas ela fala sobre algo mais do que um mero alquimista. O trecho “My dreams of empire from my frozen queen will come to pass” (“Os sonhos de império da minha rainha congelada irão passar”) refere-se à rainha inglesa Elizabeth, que protegia o também multitalentoso, suposto espião e mago John Dee (1527-1608), citado no verso “Know me, the Magus I am Dr. Dee” (“Conheça-me, o Mago Dr. Dee sou eu”). John Dee é conhecido especialmente por seu trabalho sobre magia enochiana e por sua associação com o alquimista e clarividente Edward Kelley (1555-1597), com quem “criou” esse poderoso sistema de magia, posteriormente praticado por Crowley (que acreditava ser também a reencarnação de Edward Kelley).
A letra da música de modo geral descreve as práticas de John Dee e Edward Kelley com a magia enochiana, considerada um sistema angélico, descrevendo também os contatos com os anjos, isto é, os “demônios”. Enquanto Edward Kelley se comunicava com os seres enochianos, conforme o verso da letra “Know you speak with demons” (“Sei que você fala com demônios”), John Dee ia anotando todo o sistema. O termo “angélico” aqui, entretanto, não diz respeito às imagens populares de anjinhos rechonchudos ou anjos esbeltos e delicados, mas a seres considerados alienígenas terríveis e demoníacos (no sentido original da palavra grega “daimonos”, quer dizer, “espírito”, “gênio”), conhecidos popularmente como “anjos caídos”, os supostos instrutores e doadores do conhecimento nos primórdios da espécie humana. Tais anjos enochianos foram contactados por Crowley, que fez as invocações pelas chaves enochianas, resultando em sua obra chamada Liber 418 – A Visão e a Voz. As invocações enochianas de Dee/Kelley e Crowley são referidas no seguinte verso de Bruce: “Hear the master summon up the spirits by their names” (“Ouça o mestre chamar os espíritos por seus nomes”)…
O Iron Maiden sempre carregou uma forte aura de intelectualismo, profetismo e mistério, contando muitas vezes com as inteligentes e valiosas contribuições de Bruce Dickinson. Por afinidades intelectuais e de interesses, independentemente do tempo cronológico, Crowley sempre esteve presente, ou apenas “pairando”, no trabalho de Bruce. E diferentemente do trabalho de Ozzy Osbourne, cuja letra da música Mr.Crowley é um tanto sarcástica e superficial, Bruce Dickinson tem se interessado muito mais seriamente pelas questões que envolvem a magia de Aleister Crowley. Ambos, Bruce e Crowley, sempre buscaram ir mais além, demonstrando que é possível chegar à “última fronteira” entre a consciência e a supraconsciência…
Adriano Camargo Monteiro é escritor de Filosofia Oculta e LHP, membro de diversas Ordens e autor da Tetralogia Draconiana: http://www.viadraconiana.tk

Promoção 'I Love Rock'N Roll'

15 de julho de 2011
E ai galera, estou mega atrasada com os posts, mas antes tarde do que nunca, vim divulgar a promoção "I Love Rock N´Roll".  Em homenagem ao dia 13 de julho, eu com outros blogueiros estamos lançando a promoção que dará um cd com os melhor do Rock N´Roll para o seu ganhador.
Os blogs que estão participando dessa promoção parceira são: Rock-Ladies, Definity Rock, Comissão do Rock  e Cafofo On line.
E para participar é bem simples: basta seguir os blogs e colocar seu nome e seu email nos comentários!
Você não vai ficar fora dessa, vai?
Em breve vou atualizar os detalhes da promoção!
Fiquem ligados!
e....LONG LIVE ROCK N ROLL! \m/

Dicionário do Rock: Heaven and Hell

8 de julho de 2011

Formação original

Heaven & Hell foi uma colaboração musical dos membros do Black Sabbath Tony Iommi e Geezer Butler, juntamente com ex-membros Ronnie James Dio e Vinny Appice. Os quatro membros do Heaven and Hell foram registrados numa turnê em conjunto como Black Sabbath da formação Mob Rules(1982). Em 2006, enquanto o quarteto reunificado gravou três novas canções para o álbum compilação, The Dio Years, eles decidiram partir para uma turnê de 2007-2008. Esta foi facilitada pelo fato do membro fundador do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, ter saído em uma turnê solo durante esse tempo.
Devido à projeção e continuação da formação original (Iommi, Butler, Bill Ward e Osbourne) e em 2006 a introdução da formação no Hall da Fama do Rock and Roll, Iommi (proprietário do nome Black Sabbath) decidiu chamar o grupo de Heaven and Hell. A ideia foi tomada a partir do primeiro álbum gravado pelo Dio no Sabbath, Heaven and Hell. Após um cancelamento da turne europeia devido a problemas de saúde em 2009, o vocalista Ronnie James Dio faleceu no dia 16 de maio de 2010, vítima de câncer no estômago. E o projeto teve seu fim.
(Saiba mais sobre a morte de Dio aqui)
Em 24 de julho de 2010, os restantes membros se reuniram para gravar um último show, com os vocalistas Glenn Hughes e Jorn Lande, em tributo a Dio.
Dio e Iommi

Algumas músicas da banda eu que indico a  vocês.


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